Uma nova forma de política econômica

E. Fiuza / Agência Brasil / Fotos Públicas.

E. Fiuza / Agência Brasil / Fotos Públicas.

Em entrevista ontem à Folha de São Paulo ontem, o Ministro da Fazenda do governo golpista inaugurou uma nova forma de política econômica: a chantagem. Com um discurso de deixar qualquer patinho amarelo arrepiado, Meirelles foi enfático ao cravar que caso a PEC 241, que limita o crescimento dos gastos públicos, não seja aprovada, haverá certamente alta de impostos. Não é difícil imaginar a quem se destina essa fala de um político que conhece muito bem os atores no mercado. O presidente interino/golpista se limitou a confirmar a fala do seu ministro, corroborando a tese de que a mensagem foi combinada.

Após anunciar a manutenção da taxa Selic, na semana passada, em 14,25% a.a., o Banco Central divulgou a esperada ata do Copom, a primeira sob a gestão de Ilan Goldfajn. Em seu parágrafo 11, o texto deixa claro que a tão desejada redução de juros virá apenas com a aprovação das propostas ajuste fiscal: “O processo de implantação dos ajustes necessários na economia, inclusive de natureza fiscal, apresenta-se, ao mesmo tempo, como um risco e uma oportunidade para o processo desinflacionário em curso. Os riscos se apresentariam caso houvesse percepção de que os ajustes seriam abandonados, ou postergados significativamente. Nesse cenário, o processo desinflacionário tenderia a ser mais lento, aumentando os custos de levar a inflação para a meta.” Os próprios analistas de mercado captaram a mensagem de que o corte de juros virá apenas com o ajuste fiscal. Mais uma chantagem.

O governo golpista, que já se alçou ao poder de forma ilegítima, pretende agora não medir esforços e escrúpulos para implantar sua agenda regressiva de Estado mínimo como já apontado aqui.